sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Comercial de Wes Anderson = "A noite americana" de Truffaut




Esse é um comercial onde Wes Anderson homenagia Truffaut, tendo como referência o filme "A noite americanca" de 1973, renomado clássico onde o francês além de dirigir interpreta um diretor de filmes(interpreta a si mesmo?). No comercial, Wes interpreta a si mesmo dirigindo um comercial enquanto conversa com o público.


Imperdível!!


Obs.: O termo "noite americana" que dá nome ao filme de Truffaut é referência ao recurso utilizado no cinema para filmar cenas noturnas durante o dia, principalmente pela manhã.




Esse trecho do início do filme ilustra bem a referência que Wes Anderson utilizou.

Obs.: o único trecho que achei na internet era em italiano, se acharem em francês é só me encamihar que atualizo aqui.


Boa diversão.


=)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"ROCKNROLLA" - 3X Guy Ritchie

Cartaz promocional do filme.


Gerard Butler e Thandie Newton, casal "moderno"


Butler em sua fuga interminável


Original: RocknRolla
País: Reino Unido
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Gerard Butler, Tom Wilkinson, Thandie Newton, Idris Elba Duração: 114 min.
Estréia: 31/10/2008 Ano: 2008

Novo filme de Guy Ritchie, que não lançava nada desde "revolver", 2005, teve estréia na Mostra internacional desse ano.Assim como nos filmes anteriores, "snatch", 2000 e "jogos, trapaças e
dois canos fumegantes", 1998, o diretor voltou ao terreno que tanto retratou, o do submundo do crime britânico. Dessa vez, porém, mostra a influência da máfia russa nos times de futebol ingleses e seu consequente envolvimento com especuladores imobilários ingleses, responsáveis pelo boom imobiliário, que transforma Londres numa das cidades mais caras para se viver hoje em dia, obrigando ao seus cidadão e imigrantes se usarem de modos escusos para poderem fazer parte do jogo. Tema muito atual, vide crise financeira do mercado imobiliário norte-americano (lembrando que o filme foi concluído antes que as bolsas despencassem).
Assim como nos anteriores, o filme possui estética apurada, uma apresentação de créditos moderna, original, típica de "guy ritchie" movies, muitos personagens e subtramas que muitas vezes se apresentam confusas, porém seus personagens sempre muito bem escritos, típicos desse universo construído, aliada á estética moderna, edição ágil e movimentos de câmera sofisticados e sua já clássica, porém dessa vez mal utilizada, narração do filme, que por vezes se torna confusa tamanha a quantidade de coisas que se passa na tela. Suas qualidades quando exacerbadas acabam por se transformar em seus defeitos, já que temos a impressão de estar vendo o mesmo filme pela terceira vez, só que numa versão piorada.

O Filme aparentemente aponta numa direção e caminha em outra, não que essa imprevisibilidade seja uma qualidade, já que justamente por isso torna-se contraditório, a não ser que seja assistido sabendo-se desde o começo se tratar de uma trilogia, o que explicaria bastante os motivos que levam a desrespeitar personagens importantes na trama, para promover coadjuvantes, se contradiz na construção (intricada como sempre) de sua própria trama, deixando um ruído ao término do filme.
Fica claro uma tendência maior em explorar o humor, mesmo assim exagera na dose, apresentar personagens que mesmo pertencendo ao universo que constrói (ex-combatentes do exército russo) os torna caricatos demais, como nas cenas em que mesmo após muitos tiros e revezes que matariam um ser humano normal, parecem possuir algum tipo de blindagem extra, algo não justificado na história, mas que rende algumas risadas por parte do grande público.

Seu cinema, considerado por muitos como homofóbico, apresenta novidades, já que raramente temos uma personagem feminina e os masculinos costumam ser estereótipos do homem britânico durão. Temos uma Thandie Newton se esforçando para parecer Halle Berry, numa personagem que possui todos os trejeitos de uma femme fatalle, porém não convecem em nenhum momento, seu esforço fica claro em cada olhar arrogante que dispara contra Gerard Butler, seu jeito de andar, uma postura de mulher moderna que faz sexo sem compromisso(temos essa cena no filme), que acaba não convencendo pela culpa que revela. Halle Berry não precisa se esforçar para parecer uma femme fatalle, ela é.

Outra novidade nesse sentido é o personagem Bob, membro da gangue central, apresentado como homossexual, de uma forma muito engraçada, sem ser apelativo, Guy encontrou uma forma muito sincera e original de brincar com a sexualidade de cada um.

Digamos que se Guy Ritchie conhecesse menos suas qualidades, ou ao menos não tivesse tanta certeza das razões que fizeram "jogos trapaças e dois canos fumegantes" e "snatch: porcos e diamantes", terem sido sucesso de crítica e de bilheteria, correria menos riscos de se repetir, revelando que mesmo em tempos de crise, apostar na certeza nem sempre é um "negócio" saudável para a carreira de um diretor.