domingo, 28 de dezembro de 2008

Entretenimento crítico ou Crítica do entretenimento?

Ethan "nando reis" Coen e Joel Coen

Brad Pitt com a cara amassada


O encontro com o "outro"


Com “Queime depois de ler”(Burn after reading, 2008), os irmãos Coen voltam em grande estilo numa sátira ácida da sociedade de consumo como um todo, em especial a norte-americana, berço da hollywood que eles tanto desprezam.

Desde o cartaz o filme já intriga, “um filme dos irmãos Coen com Brad Pitt e George Clooney? Sobre espionagem?”. Mas como torcer o nariz para um filme dos irmãos Coen, uma das últimas ilhas de criação independente dentro de hollywood, num horizonte recheado de refilmagens de filmes de terror japonês e infantis com Brendan Fraser.

Não, mesmo após a consagração no último Oscar, os diretores não se renderam aos produtores inescrupulosos, pelo contrário, fica claro que estes é que se renderam a eles.

Não se trata de um filme na linha de “onze homens e um segredo” ou suas continuações igualmente mirabolantes e sem sentido. Aqui, o elenco de estrelas faz sentido.
Primeiro que em “Queime depois de ler”, a falta de sentido se transforma em crítica, e não ao filme que além dos galãs já citados, conta com Julia Roberts no elenco, e sim à sociedade como um todo, em plena crise(e não me refiro à econômica), tentando se agarrar a algo que faça sentido, seja numa reinvenção de si mesmo através de cirurgias plásticas, num relacionamento extraconjugal, num trabalho onde o produto se distancia cada vez mais do indivíduo como ser pensante, ou, resumindo, na busca incessante de prazer através da fuga daquilo que o homem moderno simultaneamente mais teme e necessita para entender a si mesmo, a solidão.
Para isso, os personagens de “Queime depois deler” não medem esforços, desde buscas do "par ideal" em sites de relacionamentos da internet, até a construção de verdadeiras máquinas do sexo.
Os irmãos Coen conseguiram a proeza de realizar um filme que atinge diversos nichos de espectadores, sendo capaz de satisfazer a todos plenamente. Quem queria rir, sem dúvida riu, quem queria algo extremamente irônico riu também, quem esperava suspense riu ainda mais. Mas ninguém riu mais do que quem esperava ver George Clooney e Brad Pitt como salvadores do planeta. Os dois atores em especial, parecem se deliciar com o fato de estarem brincando com a imagem que construíram de si mesmos (ou construíram para eles?). Francês McDormand está impagável como a mulher obcecada por cirurgias plásticas, que faz de tudo para conseguir o dinheiro que, segundo afirma, será capaz de dar início a sua própria reinvenção. Em determinado momento, a personagem interpretada pela esposa de Joel Coen afirma que "seria expulsa de hollywood" e por isso quer a reinvenção que os livros de auto-auda tanto prometem.

Através de Tilda Swinton e John Malcovitch, os Coen parecem extravasar toda repulsa ao estilo de vida que Hollywood vende e ostenta, expõem toda a indiferença que estava contida em seus olhares quando receberam os prêmios das principais categorias do Oscar desse ano, por “Onde os fracos não tem vez”(No country for oldman, 2007). John Malcovitch faz um agente da CIA, que logo no início do filme é afastado de seu cargo por “problemas com álcool”(o que rende uma das melhores piadas do cinema em 2008), seu afastamento gera todo o conflito com o qual nos deparamos e tentamos entender sem êxito algum. Tilda Swinton é a esposa “fria e egocêntrica”, muito bem sucedida profi$$ionalmente (ela é pediatra??), que não mede esforços para manter sob seu controle, tanto o marido quanto o amante.
Através do casal, revela-se o verdadeiro jogo de espionagem que paira sobre a sociedade americana atual. Com o fim da guerra fria, a espionagem que resta é a praticada entre cônjuges, para obtenção de provas de infidelidade visando garantir a "segurança" do patrimônio construído em conjunto.

A trama sem pé nem cabeça revela apenas a superfície de uma ferida mal escondida, que após alguma "reflexão-espremida" termina por revelar seu pus fétido e incontido.
A direção meticulosa faz do espectador refém de seus prórpios sentidos, o roteiro extremamente bem construído nos leva a um final onde nada se passa, nada nos é revelado através da imagem, e sim através de uma simples e informal conversa entre chefe e subordinado. Através da conversa de ambos, ou seja, por meio da palavra, temos um esforço para que o filme seja concluído-entendido, os personagens, assim como nós, querem entender o filme do qual fazem parte, também querem entender suas funções num mundo cada vez mais caótico.
Talvez seja essa a principal mensagem e ironia dos irmão Coen. Através da conversa que encerra a história, temos um convite ao espectador, para que este, acredite na palavra, antes da imagem.
É através da palavra que entendemos a nós mesmos e o mundo em que vivemos, através dela que nos entendemos enquanto sociedade. Através da imagem, os irmãos Coen fazem um pedido para que não acreditemos neles (em hollywood?)...
...para que leiamos antes de queimar (ou seria, antes que queimem?)...
...quem sabe assim as feridas cicatrizem.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O MOVIMENTO "SLOW BLOGGING"

Matéria da ilustrada de 02/12, E4

1- "Slow blogging" é a rejeição do imediatismo.
2- "Slow blogging" prova que nem tudo que merece ser lido é escrito às pressas.
3- "Slow blogging" é meditação.
4- Blogs de notícias são como restaurantes de fast-food.
5- Fique em silêncio por alguns minutos antes de escrever.
6- Não escreva a primeira coisa que lhe vêm a cabeça.
7- Inclua posts uma ou duas vezes por semana, mas, se precisar ficar um mês sem escrever, faça.

Ou seja, se estou há algum tempo sem postar não é por preguiça ou falta de idéias, é porque atingi o nirvana e só como legumes...

Volto logo mais!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Comercial de Wes Anderson = "A noite americana" de Truffaut




Esse é um comercial onde Wes Anderson homenagia Truffaut, tendo como referência o filme "A noite americanca" de 1973, renomado clássico onde o francês além de dirigir interpreta um diretor de filmes(interpreta a si mesmo?). No comercial, Wes interpreta a si mesmo dirigindo um comercial enquanto conversa com o público.


Imperdível!!


Obs.: O termo "noite americana" que dá nome ao filme de Truffaut é referência ao recurso utilizado no cinema para filmar cenas noturnas durante o dia, principalmente pela manhã.




Esse trecho do início do filme ilustra bem a referência que Wes Anderson utilizou.

Obs.: o único trecho que achei na internet era em italiano, se acharem em francês é só me encamihar que atualizo aqui.


Boa diversão.


=)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"ROCKNROLLA" - 3X Guy Ritchie

Cartaz promocional do filme.


Gerard Butler e Thandie Newton, casal "moderno"


Butler em sua fuga interminável


Original: RocknRolla
País: Reino Unido
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Gerard Butler, Tom Wilkinson, Thandie Newton, Idris Elba Duração: 114 min.
Estréia: 31/10/2008 Ano: 2008

Novo filme de Guy Ritchie, que não lançava nada desde "revolver", 2005, teve estréia na Mostra internacional desse ano.Assim como nos filmes anteriores, "snatch", 2000 e "jogos, trapaças e
dois canos fumegantes", 1998, o diretor voltou ao terreno que tanto retratou, o do submundo do crime britânico. Dessa vez, porém, mostra a influência da máfia russa nos times de futebol ingleses e seu consequente envolvimento com especuladores imobilários ingleses, responsáveis pelo boom imobiliário, que transforma Londres numa das cidades mais caras para se viver hoje em dia, obrigando ao seus cidadão e imigrantes se usarem de modos escusos para poderem fazer parte do jogo. Tema muito atual, vide crise financeira do mercado imobiliário norte-americano (lembrando que o filme foi concluído antes que as bolsas despencassem).
Assim como nos anteriores, o filme possui estética apurada, uma apresentação de créditos moderna, original, típica de "guy ritchie" movies, muitos personagens e subtramas que muitas vezes se apresentam confusas, porém seus personagens sempre muito bem escritos, típicos desse universo construído, aliada á estética moderna, edição ágil e movimentos de câmera sofisticados e sua já clássica, porém dessa vez mal utilizada, narração do filme, que por vezes se torna confusa tamanha a quantidade de coisas que se passa na tela. Suas qualidades quando exacerbadas acabam por se transformar em seus defeitos, já que temos a impressão de estar vendo o mesmo filme pela terceira vez, só que numa versão piorada.

O Filme aparentemente aponta numa direção e caminha em outra, não que essa imprevisibilidade seja uma qualidade, já que justamente por isso torna-se contraditório, a não ser que seja assistido sabendo-se desde o começo se tratar de uma trilogia, o que explicaria bastante os motivos que levam a desrespeitar personagens importantes na trama, para promover coadjuvantes, se contradiz na construção (intricada como sempre) de sua própria trama, deixando um ruído ao término do filme.
Fica claro uma tendência maior em explorar o humor, mesmo assim exagera na dose, apresentar personagens que mesmo pertencendo ao universo que constrói (ex-combatentes do exército russo) os torna caricatos demais, como nas cenas em que mesmo após muitos tiros e revezes que matariam um ser humano normal, parecem possuir algum tipo de blindagem extra, algo não justificado na história, mas que rende algumas risadas por parte do grande público.

Seu cinema, considerado por muitos como homofóbico, apresenta novidades, já que raramente temos uma personagem feminina e os masculinos costumam ser estereótipos do homem britânico durão. Temos uma Thandie Newton se esforçando para parecer Halle Berry, numa personagem que possui todos os trejeitos de uma femme fatalle, porém não convecem em nenhum momento, seu esforço fica claro em cada olhar arrogante que dispara contra Gerard Butler, seu jeito de andar, uma postura de mulher moderna que faz sexo sem compromisso(temos essa cena no filme), que acaba não convencendo pela culpa que revela. Halle Berry não precisa se esforçar para parecer uma femme fatalle, ela é.

Outra novidade nesse sentido é o personagem Bob, membro da gangue central, apresentado como homossexual, de uma forma muito engraçada, sem ser apelativo, Guy encontrou uma forma muito sincera e original de brincar com a sexualidade de cada um.

Digamos que se Guy Ritchie conhecesse menos suas qualidades, ou ao menos não tivesse tanta certeza das razões que fizeram "jogos trapaças e dois canos fumegantes" e "snatch: porcos e diamantes", terem sido sucesso de crítica e de bilheteria, correria menos riscos de se repetir, revelando que mesmo em tempos de crise, apostar na certeza nem sempre é um "negócio" saudável para a carreira de um diretor.



sexta-feira, 31 de outubro de 2008

François Truffaut + Wes Anderson




Os irmãos Luke Wilson e Owen Wilson, atores sempre presentes nos filmes de Wes Anderson, em cena de "Bottle Rocket", cartaz abaixo.


Cartaz do primeiro longa de Wes Anderson, de 1996.


Truffaut em ação


“Eu me sinto parte desse grupo de cineastas para quem o cinema é um prolongamento da juventude, o das crianças a quem mandaram brincar num canto, que reconstruíram o mundo com os brinquedos e que, na idade adulta, continuam brincando através dos filmes. É o que chamo de cinema do quarto dos fundos, com uma recusa da vida tal qual ela é, do mundo em seu estado real, e, em reação, com uma necessidade de recriar alguma coisa que se aproxime um pouco do conto de fadas, um pouco do cinema que nos fez sonhar quando éramos jovens”

François Truffaut


Truffaut fez tal afirmação em uma entrevista nos anos 70, mas poderia muito bem ser atribuída a Wes Anderson em pleno século XXI, tamanho o sentido que faz se colocada ao lado da obra do norte-americano.

Assim como Truffaut, Wes Anderson sempre explorou em sua obra temas muito pessoais, muito próximos de sua realidade, desde a ambientação como em “Rushmore”, 1998, onde o pano de fundo da história é uma escola de elite que dá nome ao filme, (Wes também estudou num colégio de elite) até a classe econômica em que vive, seus personagens principais quase nunca possuem função econômica pré-determinada, como em “Darjeeling Limited” (2007), onde em nenhum momento menciona-se a ocupação profissional de seus protagonistas, embora uma das cenas dos flashbacks dos 3 irmãos, interpretados com brilho e sinceridade tocantes por Owen Wilson, Andrien Brody e o também roteirista do longa, Jason Shwartzman, envolva um carro Alpha Romeo esporte, herança do finado pai.

Nunca sabemos as profissões de seus personagens talvez porque não é através delas que seus personagens são julgados. Sua maneira de ver-retratar a sociedade privilegia o ser humano em suas contradições, prefere expor as dores e alegrias de seus personagens, fazê-los dividir com o público suas frustrações e conquistas, sem jamais perder um tipo de humor, tão raro, talvez, único no cinema contemporâneo. Seus personagens transitam entre a dor e as alegrias, culminando com freqüência na redenção, sem nunca soarem piegas. Talvez por isso seja o cineasta que possue um dos raros dons artísticos (na minha opinião), o de fazer rir e chorar simultaneamente. Ri-se de si mesmo, as lágrimas escorrem à medida que o público se identifica com os personagens e seus dilemas, não importa tenham eles uma Ferrari conversível(carro do personagem de Owen Wilson em "Royal Tenembauns), ou andem de “táxi cigano” (o “gipsy cab”, táxi caindo aos pedaços, usado por vários personagens em “Royal Tenenbaums”, 2001).

Assim como Truffaut também o foi, injustamente claro, Wes Anderson poderia correr o risco de ser acusado de fazer um “cinema burguês”, termo ultrapassado, que ainda fazia sentido na França dos anos 70, não fosse a sinceridade com que aborda os conflitos e o respeito com que trata seus personagens, desde os coadjuvantes (que fazem toda a diferença) como o Pagoda de “Royal Tenenbaums” (2001), personagem este, que se não for o mesmo, aparece nos demais filmes do diretor personificado pelo mesmo ator, até mesmo em seu longa de estréia: “Bottle rocket” (1996). Preocupação esta também encontrada nos filmes de Truffaut, onde personagens coadjuvantes possuem cenas aparentemente sem sentido, como a do suposto “psicopata” que habita o vilarejo do então vendedor de rosas Antoine Doinel, em “Domicílio Conjugal” (1970).

Muitos classificam o cinema de Wes Anderson simplesmente de atual e de estética extremamente apurada e moderna, por isso o “hype” no título do texto, sem dúvida, sua fotografia e direção de arte são modernas e estilizadas, se distanciando do real através de cores vivas e planos seqüência que não possuem o compromisso de manter o espectador preso ao “mundo real”, sua realidade se aproxima da tentativa de reconstruir um mundo próximo dos contos de fadas que Truffaut citou. Cria um mundo irreal, sem contar mentiras, ou se as conta, o faz de maneira tão sincera que passa a ser uma qualidade, como em “Life Aquatic with Steve Zissou” (2004), onde além da estética exuberante, que por muitas vezes faz com pensemos se tratar de uma animação ou jogo de videogame, o roteiro possui características Fantásticas, como na cena em que encontram o tubarão gigante, objeto de desejo do explorador que dá nome ao filme, interpretado por Bill Murray, que parodia “Kojac”.

Wes Anderson vai além de sua estética extremamente apurada e peculiar, transcende a sinceridade contida nas histórias à medida que elabora símbolos para as mesmas. Como os curativos que o irmão mais velho de “Darjeeling limited” (2007), interpretado por Owen Wilson, ostenta em quase o filme inteiro, curativos que apenas fazem sentido numa das cenas de maior cumplicidade do filme, onde a coragem para se expor do personagem ao retirar as ataduras, acaba por revelar as feridas que por mais da metade do filme escondeu de seus irmãos. Os machucados ainda não cicatrizaram, o passado ainda não foi superado, tendo finalmente os irmãos real consciência da viagem que desde o início foi a tentativa de cura dessas feridas que ficaram abertas um ano antes, com a morte do pai. Na cena seguinte, é apresentada o símbolo da redenção, ao se repetir uma cena que já havia acontecido em outros dois momentos do filme, onde os personagens correm para alcançar o trem, que pode ser entendido como a vida, que está sempre seguindo seu curso, sem nos avisar para tanto (estamos sempre correndo atrás do trem?). Sendo essa cena específica a da redenção, devido ao abandono das malas que carregaram ao longo da viagem, todos os personagens abandonam suas bagagens à medida que correm para alcançar o trem, finalmente conseguem se desprender do passado, e esquecer as diferenças. Na cena seguinte os vemos sorrindo entre si e finalmente adentrando no trem, mais leves e seguros do papel de cada um.

Assim como Truffaut, Wes após nos fazer rir de uma determinada cena, apresenta uma seguinte, onde nos faz questionar sobre o que acabamos de rir. Truffaut dizia isso abertamente, sempre se gabou de brincar com o público, de vê-lo se contorcer nas poltronas do cinema por ter julgado um personagem. Wes deixa isso claro em seu último filme, no momento em que o público ri quando o personagem de Adrien Brody ao terminar de ler uma das histórias escritas por seu irmão mais novo, rindo, questiona se esta, é verídica ou não (a esta altura o público já desconfia que as histórias são baseadas em acontecimentos reais, porém o irmão mais novo, autor destas, insiste em dizer que são mera ficção). Na cena seguinte, nos deparamos com o irmão que acabara de rir, lendo e chorando compulsivamente no banheiro do trem. Somos arrebatados pelo real sentimento que os escritos desperta no personagem. Cenas aparentemente simples, como esta, sem diálogos, mas que dizem muito mais que qualquer palavra, acabam por revelar uma dificuldade do homem moderno em lidar com seus sentimentos, em expor suas fragilidades, até mesmo na frente de pessoas que se julga próximas, como seu próprio irmão.

Como num prenúncio do que viria, o cartaz de seu primeiro longa(cartaz está no começo do post), “Bottle Rocket”, tem uma frase que define toda obra. A frase era a seguinte: “They´re not really criminals, but everybody´s got to have a dream” ( eles não são exatamente criminosos, mas todo mundo precisa ter um sonho ), a frase de maneira irônica e sincera, resume bem a geração de Wes Anderson, que em meio a tantas incertezas do mundo globalizado, sem ideologias e heróis, precisa acreditar em algo, mesmo que esta crença faça sentido somente para seus amigos.

Apresentando: Nouvelle Hype

O título que dá nome ao blog surgiu do título de minha primeira tentativa de "discutir" comigo mesmo um filme, no caso, a obra de um cineasta que gosto muito, ou melhor...bom, na próxima postagem revelo tal "discussão", usualmente chamada de "Crítica".
"Nouvelle Hype" surgiu da união entre a primeira parte do termo "Nouvelle vague", atribuído ao "movimento artístico" francês dos anos 60, que em português significa "nova onda", e "hype", da gíria inglesa usualmente utilizada para classificar novos produtos artísticos que a mídia (principalmente britânica) fabrica da noite para o dia. Truffaut dizia que a nouvelle vague de sua época também era invenção da mídia, mas isso fica para outro dia...rs
Claro, se trata de uma brincadeira, uma fina ironia que ilustra bem a pretensão desse que vos escreve, que a de é transitar pelo terreno existente entre o "novo cinema" francês dos anos 60, que hoje anda hype, e o cinema independente norte-americano, que hoje anda "nouvelle vague".rs
Minha primeira "discussão comigo mesmo" foi uma tentativa de traçar paralelos entre os filmes de diretores dessas duas vertentes cinematográficas, que quanto mais se distanciam no tempo, se aproximam no conteúdo, e por vezes, forma.